Luto e tristeza no automobilismo brasileiro com a perda de mais um grande nome, digno representante da tradição gaúcha de campeões, dentro e fora das pistas. O coração, que nunca faltou seja no cockpit, seja na paixão para desenvolver máquinas que fizeram história nas provas de longa duração, acabou levando, aos 66 anos, João Carlos de Andrade, ou Carlinhos de Andrade, piloto e construtor que se tornou sinônimo da equipe que criou, a MC Tubarão.

Carlinhos foi um intérprete moderno da tradição das carreteras, iniciada por sobrenomes como Fornari e Andreata. Gente que não se contentava em acelerar o que havia à disposição, mas desenvolvia modelos únicos. O primeiro Tubarão, de 1996, era baseado na mecânica de um Opala e, dois anos depois, deu lugar a um chassi tubular aberto também com motorização dianteira e cockpit recuado – a infalível barbatana justificava o nome.

Ao longo dos anos, as versões se sucederam, ganharam motorização Chevrolet V8 importada, até que iniciasse a colaboração com a MCR, da família Moro. Na atual temporada do Endurance Brasil, o time de Campo Bom estreou um AJR equipado com o mesmo propulsor da Stock Car. Ao mesmo tempo, desenvolvia versões de pista de modelos como o Volvo C30 e o Ford Focus. Com ele, ao lado do filho, Tiel, disputou, e venceu em sua categoria, a abertura do Gaúcho de Superturismo, dia 17 passado, em Santa Cruz do Sul.

Com passagens pela Stock e por praticamente todas as categorias do forte automobilismo gaúcho, Carlinhos era daqueles que tinham traçados como Tarumã e Guaporé decorados. O Racemotor presta a devida homenagem e se une a famliares e amigos nesse momento triste. Que seu exemplo e legado permaneçam nas pistas brasileiras.

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